100 Dias de Governo: As Promessas e a Realidade da Gestão Ricardo Ferreira em Monte Carmelo. 65402

No dia 10 de abril, o governo do prefeito Ricardo Ferreira completa cem dias à frente da istração de Monte Carmelo. Para muitos, essa marca representa um momento de balanço sobre as ações realizadas e o cumprimento das promessas de campanha. No entanto, a população tem enfrentado dificuldades e cobrado resultados, pois, até o momento, diversas demandas anunciadas pelo gestor seguem sem solução. 682g

Obras e Infraestrutura: Um Cenário de Estagnação.

Promessas como a execução de obras públicas essenciais, a recuperação da malha viária e a ampliação da iluminação pública com lâmpadas de LED em toda a cidade ainda não saíram do papel. A ausência de um programa eficiente de tapa-buracos tem agravado os problemas estruturais das vias urbanas, enquanto bairros inteiros continuam sem o mínimo necessário de infraestrutura.

Déficit Habitacional e Educação Infantil

Entre os compromissos assumidos pelo prefeito estava a construção de novas casas populares, algo que até agora não foi concretizado. Além disso, a falta de vagas nas creches segue sendo um entrave para muitas famílias carmelitanas, que precisam recorrer a alternativas improvisadas para cuidar de seus filhos para trabalhar.

Saúde em Crise: Falta de Médicos, Remédios e Infraestrutura.

A situação da saúde pública também preocupa. Nenhuma unidade de pronto atendimento foi inaugurada no bairro Vila Nova, e a esperada Casa do Diabético, que deveria oferecer e especializado a portadores da doença, sequer começou a ser estruturada. A população enfrenta dificuldades para encontrar medicamentos nas farmácias públicas, enquanto a carência de médicos especialistas compromete o atendimento na rede municipal e a oncologia só cresce na cidade e nada foi feito.

Além disso, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) no Distrito Celso Bueno, fundamental para a melhoria da qualidade de vida e a preservação ambiental, ainda não foi iniciada. O município também continua sem a tão sonhada agência do INSS e sem uma unidade do Corpo de Bombeiros, serviços essenciais para a segurança e bem-estar da população carmelitana.

Direitos dos Servidores Ignorados.

Os servidores municipais seguem cobrando promessas que envolvem direitos trabalhistas e valorização profissional. Até agora, não houve pagamento do quinquênio e das férias-prêmio. Os professores e enfermeiros continuam sem o piso salarial garantido por lei, gerando insatisfação entre as categorias.

Fico pensando... Cem Dias de Ilusão, promessas, Lives e a Realidade Cruel de Monte Carmelo? E a realidade fala por si. As grandes promessas de campanha, que alimentaram a esperança da população, agora se dissolvem em desculpas e justificativas. O tão propagado slogan "Monte Carmelo com você" foi substituído por um roteiro de eventos que pouco ou nada resolvem os problemas da cidade. Sai "praças", entra "Domingo no Bairro", uma iniciativa que parece mais uma estratégia de distração do que uma ação real de gestão.

Enquanto isso, a população aguarda. Aguarda por obras que não começaram, por buracos que não foram tapados, por casas que não foram construídas. Aguarda por vagas em creches que continuam insuficientes, pelo Estatuto do Autista que segue no papel, pela Estação de Tratamento de Esgoto no Distrito de Celso Bueno que nunca saiu do discurso. Aguarda, também, pelo Pronto-Socorro na Vila Nova, pela Casa do Diabético e por algo tão básico quanto remédios nas farmácias públicas que continuam vazias. A UBS do bairro São Sebastião, inaugurada durante a campanha, segue sem funcionamento, um retrato fiel da distância entre promessas e realidade.

A gestão optou por criar novas secretarias, mas até agora elas não mostraram a que vieram. A Secretaria Municipal de Saúde Mental e da Mulher foi lançada com promessas grandiosas, mas já teve seu primeiro fracasso: o evento "Dia da Mulher" foi um desastre de público e de organização. Outras pastas, como a Secretaria Municipal de Relações Institucionais e Recursos Financeiros e a Secretaria Municipal de Gabinete, seguem sem demonstrar qualquer impacto real para a cidade. Criaram-se também diversos cargos de chefia, mas qual tem sido a efetividade dessas nomeações? Até agora, parece apenas um jogo de acomodações políticas.

Na saúde, o cenário é ainda mais grave. Lembrando que o vice-prefeito é médico e que tem belas lives bem produzidas com o dinheiro de quem? Mas, na prática, a saúde segue abandonada. Cirurgias são negadas, e cidadãos precisam recorrer à Justiça para garantir um direito básico e se manter vivos. A população de Monte Carmelo enfrenta um sistema falho, onde médicos especialistas são escassos e procedimentos essenciais são barrados. Além disso, vale ressaltar que, conforme orientação do Conselho Regional de Medicina (CRM) e decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), médicos com pós-graduação não são considerados especialistas se não possuírem o Registro de Qualificação de Especialista (RQE). Cursos de pós-graduação não equivalem a um título de especialidade médica.

Enquanto isso, o Diário Oficial não para de rodar com tantas contratações e nomeações de vereadores derrotados, agora ocupando cargos com gordos salários e sem qualquer capacidade técnica. O mesmo acontece com um exército de cabos eleitorais que, até agora, não produziu nada de bom para a população. A prefeitura nunca viu tanta contratação, principalmente na área da saúde e de esportes, e tão poucas entregas.

Servidores públicos esperam pelo quinquênio, pelas férias-prêmio, pelo cumprimento do piso salarial dos professores e dos enfermeiros. A cidade segue sem médicos especialistas, escolas municipais inacabadas, sem agência do INSS, sem um Corpo de Bombeiros estruturado e sem a tão prometida iluminação de LED em toda a cidade.

E a população? Essa continua sendo a peça mais importante, mas a menos considerada. Quem sofre com o descaso são os moradores, que seguem enfrentando os mesmos problemas sem respostas concretas. O que foi feito até agora para mudar a realidade da cidade? Cem dias já se aram. A paciência da população, porém, não é infinita.

Infelizmente, a peça de teatro continua: os atores são os mesmos, as promessas seguem como roteiros bem ensaiados e a plateia, a população, é quem paga caro por esse espetáculo de faz de conta. Durante a campanha, alguns se vendem como leões prontos para transformar Monte Carmelo na melhor cidade do mundo, uma verdadeira Sorocaba mineira no discurso, é claro. Mas na hora das ações, viram gatinhos, escondidos atrás de cortinas de fumaça e manchetes encomendadas.

O papel da imprensa sempre foi o de mostrar os dois lados. O problema é que ultimamente há um lado que não quer ser mostrado. O lado dos problemas, dos descasos e dos favorecimentos a amigos e aliados políticos, enquanto a população, que deveria ser prioridade, segue esquecida. Mas, como sempre, a verdade prevalece, gostem ou não. E, como foi dito na proposta da política "Monte Carmelo na frente, sem deixar ninguém para trás", resta saber se essa promessa será cumprida ou se o que vale mesmo é a nova frase "Monte Carmelo com você", desde que "você" esteja do lado certo da política.

O Jornal Sentinela Carmelitano, até o fechamento desta edição, não recebeu retorno da istração municipal nem do gabinete do prefeito para os devidos esclarecimentos. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência, a ética e o interesse público, mantendo o espaço aberto para manifestações das partes citadas e de seus representantes. Nossa equipe de reportagem permanece à disposição para ouvir, publicar e dar voz aos esclarecimentos que se fizerem necessários. A população, maior interessada neste processo, tem o direito de ser informada com clareza e objetividade, e o Sentinela continuará cumprindo seu papel como canal de comunicação comprometido com a verdade e com a democracia.