Desrespeito com a Saúde: Pacientes do Bairro Santa Rita Enfrentam Chuva e Descobrem Falta de Médico ao Chegar à UBS Maricota Fernandes. 14201t
Na manhã desta sexta-feira, 25 de outubro de 2024, os moradores do bairro Santa Rita, em Monte Carmelo-MG, foram pegos de surpresa ao chegarem à Unidade Básica de Saúde (UBS) Maricota Fernandes, onde aguardavam consultas médicas previamente agendadas. Desde cedo, a população buscava garantir o atendimento, enfrentando triagens que priorizavam idosos, pessoas com deficiência (PCD) e outras necessidades especiais (PNE, PPD). Debaixo de chuva, os pacientes aguardavam atendimento quando foram informados, de forma tardia, que a médica responsável estaria ausente devido a um atestado médico. A comunicação, feita somente no momento da chegada, gerou indignação, especialmente entre aqueles que deixaram seus trabalhos e enfrentaram o clima adverso para buscar assistência. q6w2q

Famílias se mostraram especialmente frustradas, visto que a situação não é inédita. Em junho deste ano, o Jornal Sentinela Carmelitano já havia destacado a carência de profissionais de saúde no município, um problema que segue sem solução. Recentemente, o PSF do Bairro Catulina também enfrentou falta de médicos, com consultas suspensas na tarde de 30 de agosto e na manhã de 2 de setembro, novamente sem comunicação prévia à população.

O caso reacende a discussão sobre a estrutura e a gestão das UBS de Monte Carmelo. A falta de profissionais, combinada com a ausência de informações antecipadas, expõe os usuários do sistema público de saúde a dificuldades e transtornos. A gestão local é questionada pela falta de previsibilidade e pela ausência de medidas que possam assegurar a continuidade do atendimento.
Fico pensando... debaixo de chuva, um senhor segurava a pasta de exames com cuidado, quase como quem guarda um tesouro. Ao lado, uma mãe tentava distrair o filho pequeno, que, já impaciente, queria saber quando finalmente iriam para casa. E assim, a cena ia se desenhando, cada pessoa ali, nos bancos frios da sala de espera, trazia não só a esperança de ser atendida, mas a confiança de que o cuidado com a saúde é, afinal, um direito.
Lá fora, o cenário era de outras promessas: as que ouvimos a cada quatro anos, sempre a mesma retórica, novas palavras, mas velhas esperanças. Os discursos repetidos se tornam previsíveis: “A saúde é prioridade!” é o slogan de toda campanha. Dizem eles, com a mesma convicção de quem promete resolver o impossível. A fila do posto? Vai acabar. A falta de médicos? Uma coisa do ado. De tanto ouvir, amos a acreditar, a desejar que cada uma dessas promessas fosse uma verdade imediata. Mas a espera continua. No bairro Santa Rita, a consulta marcada se perde na ausência de um médico.
No bairro Catulina, falta o aviso, e as pessoas, tal qual náufragos, continuam à deriva, sem saber se o socorro chegará. E assim, em cada bairro, a saúde fica encurralada entre o sonho e a realidade, entre as palavras e os atos.Prometeram hospitais, médicos e uma saúde digna. Na prática, as mães, os pais, os idosos seguem na mesma sala de espera – agora esperando não apenas o atendimento, mas que as palavras deixem, um dia, de ser só promessas.
O Jornal Sentinela Carmelitano procurou a Secretaria de Saúde do município em busca de esclarecimentos sobre o planejamento e as ações corretivas para essas falhas recorrentes. Até o fechamento desta matéria, no entanto, não houve retorno dos representantes da pasta. O jornal permanece aberto para receber manifestações da Prefeitura e seus representantes, oferecendo espaço para que as autoridades se pronunciem sobre essas questões. Além disso, questionamos a constante falta de médicos nos PSFs e a ausência de substitutos, pois, na saúde, a urgência é essencial. A saúde da comunidade não pode esperar o amanhã; às vezes, o amanhã pode ser tarde demais.
O Jornal Sentinela Carmelitano reafirma seu compromisso de estar à disposição para divulgar respostas e soluções que tragam alívio e segurança à comunidade.
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